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MARCELINO JOSÉ DAS NEVES:
LAVRAS DIAMANTINAS
Romance

Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003
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Lavras Diamantinas -  Romance ambientado nas Lavras Diamantinas, região que atraiu aventureiros para o sertão central da Bahia, em especial no século XIX e na cidade de Lençóis, ambiente hostil e aventureiro.
  Neste meio o Autor, com um estilo leve e ágil - o que é surpreendente e agradável em se considerando o período de sua concepção - narra a história de uma família que para o incerto destino dos exploradores do sertão vêm a ser pivô de drama passional que envolve desde a luta pela posse de garimpos (algo que inda hoje ocorre, mostrando a contemporaneidade do tema) aos questionamentos subjetivos ao estilo romântico. Inédito até 1967, foi editado então por sua neta, a profª Maria Teodolina Neves Lobão, em Salvador.
   A obra, tivesse sido publicada tempestivamente, ao tempo em que foi escrita,  certamente fulguraria como uma das pérolas da literatura pátria e, sem favor, seria um marco! Muito antes do regionalismo dominar a literatura, em pleno romantismo, Marcelino produz uma pérola sertaneja, baiana, e imortal.
   O rico vocabulário do Autor revela cultura invulgar, mas em nenhum momento isto "trava" a leitura, antes a valoriza...
   Marcelino José das Neves certamente terá, no panteão dos autores nacionais, o espaço merecido. O seu Lavras Diamantinas é um retrato fiel de um tempo em que o Brasil formava-se, sua identidade era incipiente e viril. E o seu autor, homem simples, um gigante ao qual não podemos nos furtar à leitura.
Lavras Diamantinas - Capa
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TRECHO:
EDIÇÃO: NEVES, Marcelino José das - Lavras Diamantinas - Fundação Gonçalo Muniz, Salvador, 1967 (esgotada).
_Vem cá, minha fidalga! Vem cá! _ Disse com voz abafada. Pensas que sou alguma criança? Que achas em mim que só te mereça aborrecimento e desprezo? E julgas que só por isso te deixarei? Hás de atender-me. Quer o queiras, quer não! Ouviste?
  Estas palavras, pronunciadas de um modo mais expressivo mil vezes que elas mesmas, arrancaram Joaninha da estupefação em que caíra; deu um grito, e com toda força de uma invencível oposição, e com toda a energia de um terror indizível, tentou arrancar-se das mãos de ferro que a prendiam. Nesse esforço rápido e violentíssimo, o xale caiu-lhe, o vestido abriu-se e através da rara cassa da camisa, transpareceram tesouros de uma beleza divina. Daquele seio puro e fragrante como a corola de uma flor, além do perfume de pureza, etérea evaporação inapreciável aos sentidos grosseiros, a excitação física, a sadia transpiração da mocidade, faziam desprender-se eflúvios que inebriavam. Trêmulos, palpitantes, aqueles seios de virgem, cândido tesouro vedado aos olhos da própria pureza, apresentaram-se nus aos olhos famulentos de Muniz!
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